domingo, agosto 06, 2006


Saberás o que é isto?
Falo-te da dignidade
Há palmeiras nos meus olhos
Quietas como se fossem estátuas
Sinto que morro um pouco, quando
as olho neste imenso silêncio
Quanto ao voo das aves
Surpreende-me que o façam
Há uma mão percorrendo-me o rosto
Abrem-se sulcos, como rios sem margens
Há uma gota de água presa nas minhas grades
Ajudo-a a cair , fazendo-lhe o caminho
Sei-te para além de mim
Embora distante, sem a ternura habitual
Falo-te mais uma vez, desta indignidade
Saberás o que é isto?...
annadomar