Ébrio de Água

A pouco e pouco a beleza de mim
Um relvado onde me estendo assim
Num descuido solto que não percebo.
O teu corpo é uma pista de gelo
Onde a minha longa língua carmim
Se desliza indomada e enfim
Se despenha pelo cabo do medo
Da tua boca onde bebo trémulo
Em sôfregos golos de eternidade
Em castos haustos de fugacidade
A profecia que me deixa crédulo
Que tu a mim pertences em verdade
E só a mim, fonte, matarás a sede!
David Rodrigues
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