segunda-feira, outubro 15, 2007

Fugir....


(...)

Fugir do verbo que permanente te chama, em pranto
algoz e farto, fazendo de cada onda,
ondulado,verde planalto,
e das grades frias desta noite agoniada,
desta noite a respirar saudade
nos poros do novo dia,
a cada inoportuna madrugada.
Deixa que me parta e que não volte,
deixa que tombe na dor do desalento,
na enseada agasalhada
em torrentes de mágoa e morte.
Deixa que me cubram a boca plúmbea
no manto de magnólias, orquídeas e açucenas.
Que as nuvens elevem mais alto que astros
as minhas magoadas, silenciadas penas.
E que, amado, deste promontório angulado
o meu corpo em labaredas de chamas
encontreem queda o Oceano nele colado.
Para sempre!
***
Publicado em: Luso-poemas

Mel de Carvalho