Os anjos!...

Voltar muito devagar
Ao corpo que arrefece,
ao entardecer.
Os anjos encolhem as asas
escolhem os eleitos
que à noite irão buscar
Sob as cidades voam em linha
De olhos abertos
Encandeados pela luz
Soltam gargalhadas
Pelos céus que riscam
Ninguém os vê, ninguém os sente
Mas uns poucos, entre muitos
Sorriem ao sopro da passagem
No ar o hálito forte de framboesas
Eles estão ali
Na curva do rio
Na curva do olhar

annadomar