sábado, maio 23, 2009

A banalidade dos dias!...

...e atirei-a contra a luz que atravessava a janela e, pouco a pouco, fui-me aproximando desse bosque húmido, que se ia iliuminando com o vermelho do seu botão florido.

E comecei a lambê-lo com ternura, com a mesma ternura com que os lábios tocam a pele de um recém-nascido, com a voracidade de quem, depois de andar milhões de anos perdido nas ruas de uma cidade, chega às portas de um templo, atravessa-as , põe a língua delicadamente de fora e, cheio de esperança, recebe numa húmida eucaristia toda a paz oferecida.
in, Blues de Um Gato Velho
A banalidade dos dias
Óscar Málaga Gallegos