terça-feira, janeiro 16, 2007

Adeus!...

É um adeus...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras, Sem lágrimas
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes a iniquidade
Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.



Miguel Torga