sábado, agosto 25, 2007

Aproximei-me de ti...

Aproximei-me de ti;
e tu, pegando-me na mão.
puxaste-me para os teus olhos
transparentes como o fundo do mar para os afogados.
Depois, na rua,ainda apanhámos o crepúsculo.
As luzes acendiam-se nos autocarros;
um ar diferente inundava a cidade.
Sentei-menos degraus, do cais, em silêncio.
Lembro-me do som dos teus passos,
uma respiração apressada,
ou um princípio de lágrimas,
e a tua figura luminosa atravessando a praça
até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo,isto é,
o tempo suficiente para me aperceber de que,
sem estares ali,continuavas ao meu lado.
E ainda hoje me acompanha
essa doente sensação que
me deixaste como amada
recordação



Nuno Judíce