terça-feira, dezembro 04, 2007

neo-real




o poema passeia pela cidade
tropeçando nas pernas dos transeuntes.
deambula cheio de hesitação,
a pensar se o revólver
carregado pelo menino-e sua
vida curta-estará em algum verso.
a duvidar que a existência
vivida no ápice do desprezo pela vida,
na ponta de uma bala,
contenha em si algum lirismo.
talvez um violento lirismo neo-real
que dá a mão aos dramas mais comuns.
lá os dias são facas.
silvia chueire