segunda-feira, novembro 10, 2008

Infância!...


Não minha mãe. Não era ali que estava

Talvez noutra gaveta. Noutro quarto.

Talvez dentro de mim que me apertava

contra as paredes do teu sexo-parto


A porta que entretanto atravessava

talhada de alabastro

abria-se fechava dilatava.

Agora sei: dali nunca mais parto


Não minha mãe. Também não era a sala

nem nenhum dos retratos de família

nem a brisa que a vida já não tem.


Talvez a tua voz que ainda me fala...

...o meu berço enfeitado de buganvília...

Tenho tantas saudades, minha mãe!


José Carlos Ary dos Santos