Infância!...

Não minha mãe. Não era ali que estava
Talvez noutra gaveta. Noutro quarto.
Talvez dentro de mim que me apertava
contra as paredes do teu sexo-parto
A porta que entretanto atravessava
talhada de alabastro
abria-se fechava dilatava.
Agora sei: dali nunca mais parto
Não minha mãe. Também não era a sala
nem nenhum dos retratos de família
nem a brisa que a vida já não tem.
Talvez a tua voz que ainda me fala...
...o meu berço enfeitado de buganvília...
Tenho tantas saudades, minha mãe!
José Carlos Ary dos Santos
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