segunda-feira, novembro 17, 2008

Quioto!...

Anoitece. Pássaros riscam de preto o fundo azul do céu. O viajante pisa o caminho feito de pó. Vai com ele uma rapariga de olhos raiados, cintilantes. Mas nada acompanha a sua ânsia.

Um barco sobe parado o rio. Por debaixo da ponte de madeira, no escuro, um casal beija-se como quem morre. Na floresta os bambus estremecem ao som do vento. as estrelas espreitam.

Uma saudade vaga ocupa os corações. A cidade dorme ao abandono. A beleza. Ninguém sabe para quem, ou para quê.


Pedro Paixão
(O Mundo é tudo o que Acontece)