Pé ante pé!...

Pé ante pé, como se dançasse
Espreitou a vida, no silêncio
da madrugada
Não viu ninguém, não ouviu ninguém
Nem os seus próprios passos
Marcavam o compasso do ruído
O vazio que encontrou nesta intenção de ver
Coagiu-a ao regresso da partida
Mas quando chegou,
Já tudo era diferente
Perdera a leveza dos gestos
A inocência da voz
O brilho do olhar ardente
Com que esgotava a noite
ou o relembrar do dia
A madrugada perdera o orvalho
com que se vestia
Mas ela, dançava melhor!...
annadomar
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