quarta-feira, abril 26, 2006

os dias....



..."E a melancolia
roi e remoi
os ossos , a pedra"...

(in, Eugénio de Andrade)




segunda-feira, abril 24, 2006

confidências...


A tarde encheu-se de vento, as pestanas caiem-me na sopa enquanto ensaio a próxima colherada. Tudo é estranho hoje, alteraram-se sentidos, até o vizinho coxo caminhou mais depressa em passos largos.

A carpa saltou do aquário e correu pela casa um pouco perdida , comeu os amigos e espera perdão. Transporta um sorriso estúpido, enquanto observa o movimento da rua à janela.

Tudo está estranho nesta tarde morna de vento. Vou meter-me a caminho e atravessar o rio, antes que anoiteça. Na outra margem tudo parece mais arrumado. Ninguém reclamou até ver!... O vizinho esteve lá e o sorriso alterou-se desde então . Parece mais feliz , mais calmo, até já comunica por gestos. Evidente não se pode esperar tanto assim de repente!...
Agora eu sei, destas tardes estranhas cheias de vento fica um céu bordado de nuvens, que se espreguiçam ao compasso de um bater de corações.
Vou-me embora, antes que os pássarosme comam os olhos!...
annadomar

confidências...


A tarde encheu-se de vento. As pestanas caem-me na sopa, enquanto matuto na próxima colherada. A minha rua está tão agitada que até o coxo do lado correu em passos largos. Isto hoje não está nada bem não senhor! Há coisa estranha no a para além do vento...

A carpa saltou do aquário e pôs-se a correr as divisões da casa, à procura sabe-se lá de quê. tontices!... Já nada é fiável, neste espaço de Mundo.

Começo a pensar que me meto na canoa atravesso o rio para o lado de lá será mais seguro em princípio, quem sabe? Vou falar com o vizinho sei que em tempos ele fêz isso e que eu saiba não se deu mal, pelo menos não referiu estranheza...

Depois, depois logo se vê ... e prometo que conto tudo!

annadomar

domingo, abril 23, 2006

a rua...




Entre o céu e as casas, mora Espanha, o espaço da alegria em que a leveza dos passos ecoa na rua bordada de candeeiros. As paredes escutam o segredo, dos últimos amantes, chegados ao sítio das promessas, é azul o rio, mistura-se no branco caiado, da casas que parecem sorrir!....



annadomar

sábado, abril 22, 2006

As últimas marés


Descobri de repente que os teus passos

estavam marcados na última maré baixa.

O tempo prometia viagens,

mas ficou-nos a vontade de amarar entre portos

abandonados pelas gaivotas,

que outrora voavam entre o meu peito e o teu.

annadomar