quarta-feira, abril 11, 2007
terça-feira, abril 10, 2007
Lição!...

«Aprendíamos a amar,
aprendíamos/a morrer» Eugénio de Andrade
É no verão que se aprende a poesia, disseste;
e em cada um dos verões que a vida nos traz,
em que se aprende e desaprende o mais certo,
entre o amor e a morte, que cada um tem de saber.
No quintal, onde já não existe a romãzeira da infância,
ouvindo o vento que sobe da terra,
trazendo um antigo furor de ervas e raízes;
ou no largo aberto para o tempo que foi,
e esse que há-de vir.
Abro contigo o livro branco de todos os lugares
e de todos os nomes: o livro da poesia,
aprendida com o desfolhar dos verões,
enquanto as mães se despedem da vida,
e uma baça adolescência se confunde com a névoa de agosto.
Leio devagar, como se interpretasse, e um fogo embarcado
nos olhos enfunasse a mais obscura das imaginações:
o verso, aprendido no leito da memória,
no verão em que se aprende a poesia,
disseste.
Nuno Judíce
Ternura!...

Eu te peço perdão
por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção
nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
[ extático da aurora.
Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa
segunda-feira, abril 09, 2007
sábado, abril 07, 2007
quinta-feira, abril 05, 2007
Sigo para Sul!...

Sigo para Sul
Onde o meu mar é mais intenso.
A intimidade segue as marés
Os pássaros, a brisa suave e quente
Que se prende entre os dedos
ou na palma da mão!
Amantes de anoiteceres
De dias morrendo nos olhares
Em que as tardes silentes
Escorregam no peito
entre dores e alegrias de existir
Sigo para Sul,
sei que estás por lá!...
annadomar