sexta-feira, setembro 28, 2007

Uma flor!...

Por ti, uma flor
Por ti, a saudade que nos prende
Por ti, um sorriso pelo que foste
Por ti, uma lágrima incondicional
Por ti, um abraço sem tempo
Por ti, ainda a ausência a bater!...

annadomar

quarta-feira, setembro 26, 2007

Canção!...


Hoje venho dizer-te que nevou
no rosto familiar que te esperava
Não é nada, meu amor, foi um pássaro,
a casca do tempo que caiu,
uma lágrima, um barco, uma palavra.
Foi apenas mais um dia que passou
entre arcos e arcos de solidão;
a curva dos teus olhos que se fechou,
uma gota de orvalho, uma só gota,
secretamente morta na tua mão.
Eugénio de Andrade

domingo, setembro 23, 2007

Hoje!...



Hoje, não me apetecem palavras

Hoje, encostei a cabeça ao vento

Hoje,perdi-me entre tantos

Hoje a dor , a saudade, começam a fazer estragos

Hoje iniciam-se rios sem margens

Hoje doi-me caminhar neste vazio

Hoje há o pranto e o medo de acordar

Hoje não serve

Hoje enterrei o meu pai!...

annadomar

domingo, setembro 16, 2007

Analogias!...




Não sei se esta viagem me pertence

mas guardo este último tempo

na convicção do nada

na incerteza do talvez

nas analogias de um destino

que não alimenta mágoas

mas apaga as cicatrizes...

António Sem

sexta-feira, setembro 14, 2007

A maçã!...


Claro, cheira-me a "pecado"
A exercício de sedução
A preto e branco
No vermelho da maçã
Troca os sentidos
Apetece que anoiteça
Pois é quando chegas
Muito de mansinho.
Segues o meu cheiro
Oiço os teus passos
Mordo a tua presença
Dou a primeira dentada
Na maçã sumarenta
Escondo-me no teu corpo
Nasce o desejo desse sabor...
annadomar

quinta-feira, setembro 13, 2007

Metade

Oswaldo-Montenegro - Metade

"... E que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a musica que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que triste.
Que o homem que amo seja para sempre amado mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece,
nem repetidas com fervor, apenas respeitadas,
como a unica coisa que resta a uma mulher munida de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convivio comigo mesma, se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflicta em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria para me fazer aquietar o espirito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a vida nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguem a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é plateia, e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada...
Porque metade de mim é amor.
E a outra metade... tambem."

quarta-feira, setembro 12, 2007

Desejamos o amor!...

"Desejamos o amor, completo e derradeiro Como o cheiro do mosto nos lagares de Setembro – mas olhamos o sexo e não compreendemos a noite preenchendo um corpo de mulher."


Daniel Filipe, in a invenção do amor e outros poemas

terça-feira, setembro 11, 2007


-Tens medo?
-Não, estou contigo!
annadomar

segunda-feira, setembro 10, 2007

A noite!...

A noite está próxima.
Caminho com os braços levantados
e com a ponta dos dedos acendo o firmamento da alma.
Espero que o vento passe...escuro, lento.
Então, entrarei nele, cintilante, leve...e desapareço.

Al Berto

domingo, setembro 09, 2007

Solidão...

Solidão é muito mais do que isto...


SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos

e procuramos em vão pela nossa alma.



Chico Buarque

sexta-feira, setembro 07, 2007

A madrugada!...



O silêncio da madrugada

Escorrega pela casa

Caminho em bicos de pés

Para não acordar a noite

Em que o sono se afastou.

Sinto o respirar do prédio

Sons abafados de carros vadios

Observo semáforos intermitentes

Uma aragem fria entra pela casa

Quase cheira a vida, acabada de nascer

Há um encanto mágico nestes momentos

De intimidade profunda com o universo

Um odor a lavanda

Veste a madrugada de azul e vermelho...

annadomar

quinta-feira, setembro 06, 2007

Luciano Pavarotti - Ave Maria - Schubert

Há anjos que voam dentro de dentro de nós!...

quarta-feira, setembro 05, 2007

e na palma!...









e na palma da mão tua mão

busco ternura

sem contar meses,anos, dias,

sem saber dizer

se já te chorei

por inteiro

o suficiente

para não voltar

a perder-te



Vasco Gato

terça-feira, setembro 04, 2007

Finland EDC 2007 WINNERS 2nd round

BONITO DE SE VER E SENTIR!...

segunda-feira, setembro 03, 2007

Fui ao cinema!...



Fui ao cinema. Hora de calor, pertinho de casa, a pé pela sombra. Após comprar o bilhete ele dizia qualquer coisa como “uma entrada para a grande aventura do cinema”. Sorri para dentro que para fora já não o faço há muito, não vá alguém ver-me rir e ofender-se com a questão.
Sentei-me numa ponta tenho as pernas grandes, vejo o filme de banda, mas cabem melhor. O actor (Richard Gere), gulosa esfreguei as mãos de contente, e recostei-me mas antes contei o número de pessoas na sala eram 7 comigo, costumo ser só eu por vezes até perguntam se quero intervalo, ora como também já não fumo digo logo siga a dança e sinto-me importante – uma sala só para mim!...
O filme arranca sem imagem som distorcido. Três tentativas! A projeccionista fala e ouve-se a dizer para alguém que não consegue arrancar. Mas muito quietinhos ali ficamos à espera que tudo se resolvesse. Acende-se a luz uma senhora na outra ponta da minha fila olha para mim e com voz arrastada de quem carrega maluqueira diz – Que azar, a máquina de projectar está avariada, será que nos vão mandar embora? Este cinema precisa de reforma não acha? Murmurei qualquer coisa pois conheço bem o que acontece nestes casos. Eu sou atreita a estas coisas e vai daí ficava com a senhora ao colo o resto da tarde – isto de solidões dá muito que pensar, junte-se lhe a doideira e temos outro filme dentro do filme. Eis que se abre a porta e vêm 2 pessoas (a projeccionista e a senhora da bilheteira) avisar-nos que não havia filme para ninguém e que tínhamos duas opções ou nos davam o dinheiro ou assinavam o bilhete e ficava já para outra sessão. Optei por levantar o bilhete, pois a avaria pareceu-me grave…
E eu que pensava que tinha uma tarde preenchida lá fiquei de novo cheia de horas e sem Richard Gere, num – golpe – quase – perfeito.
O bilhete bem dizia -­ uma entrada para a grande aventura do cinema e foi mesmo!...

annadomar

É esta alegria!...



É esta alegria cheia de cor

Que se instala no Verão

De quase todos nós.

Correr pela vida

Por dentro do coração

Cheio de palavras

Saídas do tempo que, nos

envolve.

Abraçamos o ar

e a paisagem feita de

uma paleta de cores!...

annadomar