sábado, novembro 29, 2008
quarta-feira, novembro 26, 2008
quinta-feira, novembro 20, 2008
Sentava-se aqui!...

Sentava-se aqui
de frente para o lago.
Contava os dias , depois as horas
e por fim os dedos gelados.
Vinha sempre com os olhos brilhantes,
ansiosos da chegada.
Exercícios de solidão
escrevem-se em bancos
de frente para o lago
Há almas ternas
que se despedem ao fim
de cada dia não vivido,
sem promessas para amanhã.
Amanhã é tão longe
Amanhã é tão frio
Amanhã, o que é amanhã?
annadomar
terça-feira, novembro 18, 2008
segunda-feira, novembro 17, 2008
Quioto!...

Um barco sobe parado o rio. Por debaixo da ponte de madeira, no escuro, um casal beija-se como quem morre. Na floresta os bambus estremecem ao som do vento. as estrelas espreitam.
Uma saudade vaga ocupa os corações. A cidade dorme ao abandono. A beleza. Ninguém sabe para quem, ou para quê.
Pedro Paixão
(O Mundo é tudo o que Acontece)
sexta-feira, novembro 14, 2008
quarta-feira, novembro 12, 2008
segunda-feira, novembro 10, 2008
Infância!...

Não minha mãe. Não era ali que estava
Talvez noutra gaveta. Noutro quarto.
Talvez dentro de mim que me apertava
contra as paredes do teu sexo-parto
A porta que entretanto atravessava
talhada de alabastro
abria-se fechava dilatava.
Agora sei: dali nunca mais parto
Não minha mãe. Também não era a sala
nem nenhum dos retratos de família
nem a brisa que a vida já não tem.
Talvez a tua voz que ainda me fala...
...o meu berço enfeitado de buganvília...
Tenho tantas saudades, minha mãe!
José Carlos Ary dos Santos
sexta-feira, novembro 07, 2008
Ainda - YES, WE CAN!...

Ann Nixon Cooper
Se ainda há alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que duvida no no poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta
(...) Há muito que se anuncia, mas hoje, por causa do que fizemos esta noite, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança está a chegar à América.
(...)
Esta eleição contou com muitas histórias que se irão contar durante várias gerações. Mas aquela que eu hoje trago comigo é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões que aguardavam vez para que a sua voz fosse ouvida nesta eleição, à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
(...)
Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura; numa altura em que não havia carros nas estradas, nem aviões no céu; em que alguém como ela não podia votar por duas razões - porque ela era mulher e por causa da cor da sua pele.
(...)
E hoje, penso em tudo aquilo que leu viu ao longo do seu século de idade na América - as dores de cabeça e a esperança; a luta e o progresso; os tempos em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que empurraram o credo adiante: YES, WE CAN.
( Extracto do discurso de Obama)
quarta-feira, novembro 05, 2008
Morre Lentamente!...

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar, morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is"
em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz
com o seu trabalho, quem não arrisca o certo
pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida
a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante...
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança
fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"
Pablo Neruda